O corpo humano foi configurado para evacuar de cócoras, basta para isso fazer uma viagem até aos nossos antepassados. Mais tarde, por questões higiénicas, foram criadas as sanitas e o povo ocidental passou a sentar-se na sanita para evacuar. Com isto, começaram a surgir os problemas intestinais como as hemorróides, obstipação, diverticulitis, incontinência, entre outros.
Na posição de cócoras ou ao ser colocado um banco por baixo dos pés, simulando a posição de cócoras quando se está sentado na sanita, conseguimos um esvaziamento completo do intestino SEM que seja necessário FORÇA para o efeito. Não só diminuímos o ângulo puboretal, como a ampola retal, a porção terminal do intestino, que assume uma posição mais verticalizada, o que permite um relaxamento do músculo puboretal e uma descida quase passiva das fezes. Ainda assim, quando existe alguma necessidade de fazer força na evacuação, a mesma deverá ser realizada sempre na EXPIRAÇÃO, e não na contenção da respiração, e preferencialmente com ativação do transverso abdominal.
Neste sentido, é fundamental que se sente sempre para evacuar e não o faça semi-sentado na posição de pé. Desta forma não conseguimos um relaxamento do pavimento pélvico nem um esvaziamento da ampola retal, para além de que ao suster a respiração está a provocar um aumento da pressão intra-abdominal e consequentemente um aumento excessivo de pressão ao nível do pavimento pélvico, o que traz consequências para a sua saúde a médio e longo prazo.
Autora:
Dra. Raquel Jacinto, Fisioterapeuta especialista em saúde materno infantil e pelviperineologia
